sexta-feira, 29 de julho de 2011

Justiça proíbe prefeitura de emitir alvarás de demolição

Episódios recentes como a demolição do prédio que abrigava a 2ª Delegacia de Polícia Civil e a torre que dá nome ao bairro Jardim do Castelo, casos de demolição de imóveis que fazem parte do patrimônio arquitetônico,..

ARQUIVO JM
DERRUBADA: avarias a prédios considerados importantes para a história da cidade geraram manifestação popular


cultural e histórico de Bagé, resultaram numa ação civil pública movida pela promotora da Promotoria de Justiça Especializada de Bagé, Luciana Cano Casarotto, contra o município.
Na tarde de ontem, o juiz Roberto Coutinho Borba, deferiu despacho favorável à ação movida pela promotoria. A partir de agora, a Prefeitura de Bagé não poderá mais emitir alvarás de demolição, até que seja criado e formado o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental do Município de Bagé (Compreb).
A decisão também cancela os efeitos de alvarás de demolição irregulares e determina a utilização de um estudo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a elaboração de um levantamento cultural preliminar do município. Enquanto o Compreb não for constituído, estão proibidas as intervenções civis em imóveis inseridos em zonas de preservação cultural previstas em lei e prédios catalogados pelo Iphan. Quando o Conselho estiver formado, os alvarás poderão ser concedidos mediante análise e autorização.
Em sua argumentação a promotora salienta que a falta de um Inventário Cultural e Patrimonial para a cidade prejudica a preservação dos prédios. Luciana argumenta que a Secretaria Municipal de Coordenação e Planejamento (Scoplan) passou a exigir que os pedidos de alvará de demolição fossem instruídos com fotografias, com fins de avaliar o potencial cultural da edificação que sofreria alterações. Entretanto, essa mudança no procedimento formal não resultou em uma mudança na postura dos agentes públicos. Mesmo examinando imagens de prédios considerados dignos de conservação intermediária pelo Iphan, a secretaria emitiu alvarás autorizando suas demolições.

ARQUIVO JM


ARQUIVO JM



Texto Jornal Minuano 29/07

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Governo segue sem explicações convincentes sobre show dos 200 anos, diz vereadora

O estacionamento rotativo voltou a ser pauta hoje na Câmara de Vereadores. Projeto de sua autoria, a vereadora Jussara Carpes foi enfática ao criticar o executivo: “O estacionamento está sendo ampliado. A prefeitura está arrecadando. Só não há discussão dos valores e nem dos locais para onde será ampliado no futuro”.
Ocupando a tribuna, pediu novamente explicações da prefeitura a respeito da banda contratada para o show dos 200 anos em que teriam sido pagos R$ 65 mil quando o valor orçado era de R$ 30 mil. Ao mesmo tempo, lembrou que o governo municipal é praticamente ocupado só pela Democracia Socialista (DS), corrente interna do Partidos do Trabalhadores e também do prefeito.
Lembrou que nos oito anos de gestão do ex-prefeito Luiz Fernando Mainardi os quadros foram preenchidos por pessoas capacitadas e que tinham sua vida politica em Bagé. “Não precisamos importar ninguém. Agora, estranhamente, o governo atual não deve ter achado           quadros de qualidade na cidade para compor suas secretarias”.
Jussara, por outro lado, acha estranho, por exemplo, que o vereador eleito Paulo Pareira, secretário de Esporte e Lazer, tenha feito discurso público, na rua, dizendo que a bancada do PT na Câmara é uma “cambada” que faz negociatas. “Fazemos acordos, sim, mas publicamente, para discutir projetos, políticas que beneficiem a população. Não somos nós que contratamos shows, com dinheiro público, pagando o dobro por eles”, disse a vereadora. 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ex-deputada Emilia Fernandes vem a Bagé lançar programa Mulheres em Construção


Fruto de emenda parlamentar da então deputada Emília Fernandes  sugerida pela vereadora Jussara Carpes, foi lançando ontem (26) em Bagé o programa Mulheres em Construção.
Ao todo, 60 mulheres num primeiro momento serão capacitadas pela prefeitura, em parceria com a Urcamp, para trabalhar na construção civil. Ponto importante, segundo Emília, além da geração de emprego, é a quebra do circulo vicioso que ainda existe: várias mulheres, dependentes dos maridos, e muitas vezes violentadas em casa, não podiam deixar o lar.
“Temos de estimular a vontade de mudar o mundo, o Brasil, o RS e Bagé; mudar nossas vidas. Um compromisso cívico de transformar a vida das pessoas”, disse a ex-deputada, assessora do governador Tarso Genro e secretária Executiva da Codesul (Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul).
Para este ano, por exemplo, Emília disse que há verba, via BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento Econômico), de R$ 3 milhões para projetos de incentivo às políticas sociais, culturais, de geração de emprego e renda. Com mais de 30 anos de vida pública, ela foi ministra da Secretaria Nacional de Políticas Públicas para Mulheres, na primeira gestão do ex-presidente Lula. 
Aliada da vereadora Jussara, mandou para Bagé, na gestão do então prefeito Luiz Fernando Mainardi, emenda para criação do programa Mulheres Chefes de Família, que já formou e mudou a vida de centenas d

segunda-feira, 25 de julho de 2011

"Não podemos ser coadjuvantes da nossa história" diz vereadora

Na sessão ordinária de hoje (25), a vereadora Jussara Carpes manifestou-se mais uma vez sobre o patrimônio histórico e cultural da cidade.
Mostrando reportagem do Jornal Folha do Sul, falou de grupo de universitários da UFRGS que veio visitar o município para conhecer seus pontos históricos.
Dentre outros locais, os alunos visitaram o cemitério da Santa Casa de Bagé. Para a vereadora, “é um verdadeiro museu a céu aberto”, disse, referindo-se ao cemitério.
No mesmo discurso, criticou novamente a postura do poder publico na questão da preservação. Por falta de sensibilidade política, disse, a prefeitura tem dado autorização para a derrubada de alguns prédios considerados de grande valor histórico.
Lembrou que o IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) construiu – e já é lei – o inventário cultural de Bagé. A respeito desse assunto, questionou: “Onde está o inventário cultural da cidade?”. Jussara disse não ser contra o desenvolvimento que vem ocorrendo desde as gestões do ex-presidente Lula e do ex-prefeito Luiz Fernando Mainardi.
Ao contrário, quer que a cidade se desenvolva, mas sem pagar o preço de ter o seu passado apagado. “Tem de construir, mas tem de preservar. Não podemos ser coadjuvantes da nossa própria história”, disse.
Ao final de seu pronunciamento, a vereadora agradeceu outra vez pela Comenda dos 200 anos e entregou ao presidente do Legislativo, vereador Silvio Machado, um exemplar da Comenda e alguns livros que falam da história e da política do Estado.



Parceria com a Câmara de Vereadores, Memorial do RS receberá exposição dos 200 anos de Bagé

O Memorial do Rio Grande do Sul será palco, a partir do dia três de agosto, da exposição Bagé 200 anos – 1811 Memória e História 2011 Mostra Documental e Fotográfica.
Idealizada pela Câmara de Vereadores de Bagé, por meio da vereadora Jussara Carpes, a mostra abordará Espaço Construído e Reservado, Dois séculos do cotidiano de Bagé, a Estética das Águas e Complexo Cultura Santa Tereza.
Até o dia oito de agosto, das 10h às 18h de terça a sábado, a população poderá conhecer a história do município, que no dia 17 de julho completou seu bicentenário.
O lançamento da exposição acontecerá no dia dois, a partir das 19h. O Memorial do RS está localizado à Rua Sete de Setembro, 1020, na Praça da Alfândega. 

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Governo isolado e sem diálogo compromete projeto do PT em Bagé

A vereadora Jussara Carpes, na sessão de hoje (21) da Câmara de Vereadores, distinguiu bem a crítica que fez ao governo e a atual direção do PT em Bagé, partido da qual faz parte. Defendeu o projeto que a bancada quer resgatar, que prevê o respeito à proporcionalidade e ao diálogo.
“Queremos reconstruir os debates políticos de forma propositiva assim como construir, a partir do diálogo, as políticas publicas que, de 10 anos pra cá, tanto beneficiam a nossa comunidade”.  
O mesmo vale para o governo. “Se é para dar continuidade à gestão do ex-prefeito Mainardi, como fora prometido, tudo bem. A cópia, quando boa, não tem problema”, disse, referindo-se, no ultimo trecho, ao selo dos 200 anos, que o Legislativo lançara um, em 20 de julho do ano passado, e o Executivo, outro, exatamente um ano depois.
As tratativas, porém, ganharam âmbito estadual. Nessa semana, ela, o vereador Edegar Franco e as vereadoras Téia Pereira e Adriana Lara estiveram em Porto Alegre. Recebidos pelo presidente do PT, Raúl Pont, discutiram a questão. Mesmo que Pont seja da mesma corrente interna do prefeito Luis Eduardo dos Santos, a DS, os vereadores esperam que a executiva no Estado tome alguma providência. “Não podemos, isso sim, por em risco o nosso projeto na cidade, o projeto do PT”, disse Jussara. 

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Exposição "Talentos dos 200 anos" reúne artistas locais na AL


A vereadora Jussara Carpes participou hoje (18), de manhã, da abertura da mostra coletiva “Talentos dos 200 anos”, na Assembleia Legislativa. Até o dia 22 de julho, será possível conferir, no Espaço Novos Talentos, das 8h30 às 18h30, pinturas de Rita Gomes, Rachel Beckman, Heloísa Beckman, Maria do Carmo Marques, Rejane Osório e Jussara Casarin.

Com formações artísticas na UFRGS e na URCAMP, retratam paisagens e arquitetura de Bagé, destacando o patrimônio do quinto município mais antigo do Brasil. Também integram a mostra telas com motivos religiosos.

A coletiva no “Espaço Novos Talentos” faz parte de uma série de atividades programadas para comemorar o bicentenário de Bagé. A AL já integrou as celebrações com mostra realizada no final de maio e início de junho, na Galeria dos Municípios, e deve abrigar outra exposição alusiva ao tema em setembro, no Vestíbulo Nobre Erico Verissimo.

Para a vereadora, a mostra é uma oportunidade, dentre outras que terão em homenagem ao bicentenário, para que artistas de Bagé possam expor um pouco do seu trabalho, levando a história da cidade à Capital.

Texto com colaboração de Lara Flores e Matheus D´Ávila da AL.

sábado, 16 de julho de 2011

Legislativo vive noite histórica


“Quero, nesta noite, os tambores da paz soando no peito”. Essa citação do texto poético de Elvira Nascimento (Mercinha)...
FRANCISCO BOSCO
HOMENEGADOS: nomes consagrados se reuniram em Bagé
na voz de Sávio Machado sintetiza o que foi a noite de ontem no complexo cultural do Museu Dom Diogo de Souza, onde a Câmara de Vereadores homenageou personalidades que projetaram Bagé para o mundo. O evento assinalou a entrega da Comenda dos 200 anos de Bagé. O dedilhado de Marcelo Caminha ao violão abrilhantou a sessão solene.
Nomes consagrados sentaram-se lado a lado. Um dos mais aplaudidos da noite foi o engenheiro agrônomo Nilo Romero. Já o radialista Edegar Muza quebrou o protocolo e cumprimentou cada um que estava na mesa e os vereadores. Homenageado pela vereadora Adriana Lara, ele entregou a ela um palheiro, uma de suas marcas consagradas.
Mercinha transferiu para o texto poético de apresentação de cada um dos homenageados, sua sensibilidade e o olhar diferente para descrever virtudes e qualidades.
A proponente da sessão especial, vereadora Jussara Carpes, disse que o momento era de prestar homenagem aos homens e mulheres de reconhecida idoneidade que se destacaram na economia, política, na parte social e cultural. “São 200 anos de história de vidas e de sonhos”, lembrou Jussara.
O primeiro a pisar no palco para receber a comenda foi o escritor e publicitário Luiz Coronel. A coluna apresenta, nesta edição, imagens dos 11 indicados pelos vereadores. Também foram homenageados ex-prefeitos, ex-presidentes do Legislativo e os vereadores mais votados.


Texto extraído do Jornal Minuano, edição do dia 16/07. Reportagem: Márcia Souza e foto Bosco

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Governos Lula e Dilma refletem diretamente em Bagé


Da tribuna da Câmara de Vereadores, a vereadora Jussara Carpes fez um breve balanço da ascendência das classes sociais e distribuição de renda no País a partir da gestão do ex-presidente Lula e, agora, continuadas com a presidenta

Dilma Roussef. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, mostrados pela vereadora, a classe C ganhou, no último período, 39,5 milhões de pessoas. Do inicio de 2003 até maio deste ano, por exemplo, aumentou 43,57%.

Ainda conforme pesquisa da instituição, daquele ano até a metade de 2011, 48,7 milhões de pessoas entraram nas classes A, B e C no Brasil. Ao mesmo tempo, 24,6 milhões deixaram a classe E, queda de 54,18%, e 7,9 milhões, a classe D, recuo de 24,03%, mostrando que a desigualdade no país vem caindo, diz o pesquisador da FGV, Marcelo Neri.

Para a vereadora, os números mostram a contribuição que políticas de aumento do salário mínimo e o programa Bolsa Família têm dado à população que mais precisa.

“É um indício claro da preocupação do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma com a diminuição da pobreza e o aumento da auto-estima das pessoas, que, com poder de compra, passam a ser economicamente ativos”.

As políticas do governo Federal, diz ela, refletem-se também aqui na cidade. Desde a gestão do ex-prefeito Mainardi, até agora, na gestão do prefeito Luis Eduardo Colombo dos Santos, e também, atualmente, com o governador Tarso Genro, existe uma sintonia entre os três entes da federação, fato histórico no município, traduzindo-se em melhor políticas públicas e melhoria da qualidade de vida da população.

Posse da Aciba

A vereadora também comentou na tribuna ter participado ontem (13), representando a presidência do Legislativo e o vereador Silvio Machado da posse da nova diretoria da ACIBA.

Parabenizou o novo presidente, Valmor Coradini Júnior. “É um grande desafio deste jovem dar continuidade à gestão que sai, inovando com sua juventude e empreendedorismo”, disse a vereadora.

terça-feira, 12 de julho de 2011

AL abrigará exposição de artistas de Bagé em homenagem ao bicentenário


A partir do dia 18 de julho até o dia 22, a Assembleia Legislativa do RS acolherá a exposição “Talentos dos 200 anos de Bagé”, proposta pela Câmara de Vereadores por meio da vereadora Jussara Carpes.

Das 8h30 às 18h30, bajeenses que residem na Capital e a população em geral poderão conferir artistas da terra, que, por meio de sua arte, fazem da cidade uma referência nos cenários nacional e mundial.

A exposição acontecerá no Espaço Novos Talentos, de segunda a sexta-feira. A AL fica localizada à Praça Marechal Deodoro, 101.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Petição pública, carta aberta pela preservação do patrimônio bageense



CARTA ABERTA DA SOCIEDADE CIVIL BAGEENSE
- PELA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO EDIFICADO DE BAGÉ–
- PELO DESENVOLVIMENTO DOS POTENCIAIS CULTURAIS E TURÍSTICOS DA CIDADE E DA REGIÃO DO PAMPA GAÚCHO –
- PELA MANUTENÇÃO DA CULTURA, DA IDENTIDADE, DAS DIVERSIDADES E DO IMAGINÁRIO LOCAIS -

Os municípios devem promover o desenvolvimento das cidades sem a destruição do patrimônio. Essa frase, que se encontra na página virtual do IPHAN, aponta para uma verdade bastante simples, de fácil aplicação, e que pode trazer imenso benefício a todas as localidades que a adotarem. Essa verdade poderia também ser resumida da seguinte forma: o desenvolvimento não é a destruição do que já existe, mas a preservação aliada à inovação.
Com base nisso, vimos por meio desse documento expressar a preocupação da sociedade civil bajeense com a preservação dos traços arquitetônicos, históricos e culturais da cidade, e também asseverar a necessidade de políticas amplas, profundas e decisivas no sentido de manter e respeitar o patrimônio edificado de Bagé – patrimônio que é uma parte essencial da cultura, da identidade e do espírito local. Essas políticas e iniciativas podem e devem surgir a nível municipal – mas é também de suma importância a articulação do município com os órgãos encarregados da preservação do patrimônio, como o IPHAN e o IPHAE. Felizmente, essa articulação já vem sendo formada a partir de processos institucionais, graças à iniciativa de bajeenses preocupados com a preservação de nossa cultura. Vimos por meios dessa carta aberta expressar o apoio da sociedade civil a essas iniciativas, e manifestar o desejo de que medidas definitivas e abrangentes sejam tomadas em breve – para que não se repitam cenas lamentáveis de destruição, como as ocorridas recentemente no Jardim do Castelo e em outras partes da cidade.
Bagé está crescendo. O crescimento econômico é uma realidade há muito esperada, e justamente celebrada. Contudo, não existe contradição alguma entre desenvolvimento da economia e preservação do patrimônio histórico e arquitetônico. Com efeito, como se verá ao longo desse documento, o único desenvolvimento sustentável é aquele que respeita, mantém e, se necessário, restaura as características culturais, paisagísticas e históricas de determinada região.
Existe uma concepção equivocada de que o crescimento econômico exige a destruição do velho – termo usado sempre de forma pejorativa – para dar lugar ao novo – ou ao moderno, que assume a forma de um valor absoluto e inquestionável. A verdade é bem outra: nada há de mais retrógrado do que destruir o patrimônio de uma comunidade. A idéia de progresso como destruição jamais deu certo, em lugar algum do mundo. Diversas cidades brasileiras adotaram esse modelo errôneo de desenvolvimento, que se fundamenta na destruição de áreas urbanas consolidadas e na verticalização abrupta, impensada e mal planejada. Esse modelo não apenas descaracteriza culturalmente as localidades, como também gera paisagens urbanas caóticas e pouco atraentes a visitantes. Trata-se, acima de tudo, de um processo de desumaização das cidades, em que o próprio conceito de espaço público fica relegado ao esquecimento.
Em diversos países emergentes, essa noção equivocada de progresso está levando a uma situação desesperadora. Cidades históricas como Xangai, Moscou e Beirute encontram-se hoje sob risco de total descaracterização. Na China, a aplicação desse modelo foi responsável por mais destruição de sítios históricos nos últimos anos do que a Revolução Cultural de Mao-tsé-tung. No Oriente Médio, o citado modelo devastou mais paisagens arquitetônicas históricas do que todos os conflitos pelos quais a região passou nas últimas décadas. Surge diante de nós uma perspectiva melancólica: é possível que, num futuro próximo, já nada se encontre de tipicamente chinês na China, de tipicamente russo na Rússia, de tipicamente árabe nas cidades árabes. A arquitetura e os desenhos urbanos são expressão de um povo e de sua cultura; quando essas manifestações materiais são destruídas, a própria cultura local está em risco. Se nosso patrimônio edificado continuar sendo demolido, chegará um dia em que viajantes hipotéticos já nada encontrarão de tipicamente bajeense em Bagé.
Cabe aqui relatar uma anedota histórica. Existiu no final do século XV e início do XVI, um militar e cosmógrafo espanhol chamado Juan Ponce de León. Cansado das paisagens conhecidas da Europa, resolveu lançar-se, já bastante idoso, à procura de visões novas, inusitadas, autênticas. Embarcou em um navio que cruzou o Atlântico e, em 1513, próximo ao fim de sua vida, tornou-se o primeiro europeu a avistar a Flórida. E então fez uma prece: “Obrigado, Senhor, por ter permitido que eu veja algo de novo”. Pobre da humanidade, se chegar o dia em que já nada de novo possamos encontrar ao redor do globo – nenhuma visão autêntica, apenas paisagens idênticas, homogêneas e descaracterizadas.
O Brasil é um país imenso. Não faltam às nossas cidades áreas a urbanizar. Em Bagé existem diversas áreas desse tipo, que na verdade se beneficiariam com a construção de novos empreendimentos imobiliários. Para que a cidade cresça e se desenvolva, não é necessário destruir e descaracterizar paisagens urbanas que fazem parte da história, da imaginação e da cultura locais. É preciso que as cidades brasileiras, incluindo Bagé, cresçam primeiro horizontalmente, e só depois verticalmente – que novos terrenos sejam ocupados e urbanizados, e que as zonas já tradicionais e consolidadas sejam mantidas. A verticalização brusca e sem considerações histórico-culturais gera áreas urbanas degradadas, desvalorizadas e aculturadas. Um projeto de urbanização ponderado e respeitoso à preservação histórica, por outro lado, gera um crescimento real e um verdadeiro progresso, na correta acepção do termo: cidades com novos bairros e novas oportunidades, que, contudo, mantêm suas áreas históricas preservadas. Sem isso, as cidades não crescem: incham.
Falamos, há pouco, de uma noção incorreta de progresso e desenvolvimento. Existe também uma noção correta e construtiva. O verdadeiro progresso é aquele que abre espaço para o novo sem destruir o típico, o autêntico, o tradicional. O verdadeiro desenvolvimento é aquele que utiliza as características próprias de uma região e de uma comunidade para atrair divisas e melhorar a vida de todos. No caso de Bagé e de toda a região do pampa gaúcho, uma política de preservação histórica, cultural e arquitetônica pode trazer grandes benefícios. A região tem tudo para se transformar em um pólo cultural e turístico – basta, para isso, que suas riquezas materiais e imateriais sejam preservadas. Sequer precisamos fazer uma comparação com a Europa; basta apontar situações mais próximas, como a de Colônia de Sacramento, no Uruguai, e Ouro Preto em Minas Gerais – cidades em que a preservação do patrimônio criou um mercado que a todos beneficia. Ainda mais próximo é o exemplo de Jaguarão, que entrou no mapa turístico regional graças à campanha pelos tombamentos, e que hoje atrai significativo número de visitantes não só de outras partes do Brasil, como também de países vizinhos.
A nível municipal, existem várias medidas que poderiam colocar Bagé no caminho do desenvolvimento de seus vastos potenciais culturais e turísticos. Embora a existência das atuais Zonas de Preservação Cultural já seja algo positivo, é necessário expandir as áreas de interesse. Primeiramente, a Zona de Preservação Cultural deveria ser expandida até abarcar a totalidade das ruas Marechal Floriano e Marsílio Dias, com suas transversais, assim como a rua Tupy Silveira, do Palacete Pedro Osório até a rua Artur Lopes. Mas vale lembrar também que o centro histórico é a região aristocrática da cidade. Seria interessante estender políticas de preservação e incentivo cultural aos chamados arrabaldes, onde ainda se encontram paisagens típicas de bairros populares do início do século XX ou ainda mais antigas – uma raridade no Brasil. Como exemplo, poderíamos citar os entornos da Praça das Carretas e da Santa Casa de Caridade, o Passo do Onze, o corredor de Santa Teresa, a rua dos Sargentos – territórios que deveriam também ser incluídos em zonas de preservação. Também é de fundamental importância levar a conscientização desses temas aos habitantes dessas zonas, para que compreendam que também suas casas, ruas e calçadas fazem parte do patrimônio da cidade.
Contudo, a simples existência de Zonas de Preservação Cultural não é o bastante. O princípio de preservação não deve ser apenas nominal; deve ser respeitado. Ou seja: é essencial que os órgãos municipais não concedam alvarás de demolição para imóveis antigos, de valor histórico e/ou estético. Em vez disso, deveriam ser criadas iniciativas para urbanização em outras áreas da cidade, preservando assim aquelas já consolidadas, que integram o imaginário e a cultura dos bajeenses. O esforço pela preservação urbana e paisagística deve incluir a manutenção da horizontalidade característica do local – ou seja, a construção de prédios altos deve ocorrer em áreas afastadas do centro e das Zonas de Preservação Cultural. O município conta com amplas áreas para o desenvolvimento do setor imobiliário; há inúmeros terrenos baldios, bairros nascentes e periféricos, áreas nas margens da zona rural, que poderiam ser valorizados numa política de expansão física da cidade – em vez de se construir uma cidade nova sobre a que já existe, destruindo seus traços característicos. Devem-se citar os exemplos do Jardim do Castelo e do Bela Itália, “bairros novos”, que foram desenvolvidos em áreas antes desabitadas ou pouco ocupadas, e que se transformaram em valorizadas regiões habitacionais.
Junto aos órgãos responsáveis pela preservação do patrimônio no nível federal e estadual – IPHAN e IPHAE – asseveramos a necessidade de que o patrimônio cultural da cidade seja reconhecido com a transformação de Bagé em Sítio Histórico; que o Sítio Histórico de Bagé inclua a atual Zona de Preservação Cultural, as demais áreas mencionadas acima e ainda outras que tenham valor estético/cultural/histórico. Por fim, cabe acentuar que o tombamento ou a preservação de prédios isolados não basta: é preciso uma política que inclua a preservação de paisagens urbanas como um todo, incluindo não apenas conjuntos de imóveis, como também o calçamento e as ruas.
Asseveramos também que todas as ações aqui sugeridas são de extrema urgência, e devem ser efetuadas de forma rápida, para que desapareçam as atuais ameaças ao patrimônio edificado de Bagé e para que este se torne, enfim, um legado permanente para os bajeenses e para todo o Brasil.

Comenda dos 200 anos é agradecimento que se estende à população


Na sessão de hoje (11) da Câmara de Vereadores, a vereadora Jussara Carpes abordou diversos assuntos. Parabenizou o deputado federal Afonso Hamm pela sessão solene, que acontecerá na Câmara dos Deputados, em homenagem ao bicentenário de Bagé. Conforme Jussara, a iniciativa colocará a cidade em evidência no cenário nacional.

Em sua fala, a vereadora fez referência, também no que se refere aos 200 anos, ao evento que será realizado pela Câmara de Vereadores, sexta-feira, no Complexo Cultura do Museu Dom Diogo de Souza.

A Comenda dos 200 anos, proposição do seu mandato, homenageará cerca de 30 pessoas, entre ex-presidentes da Câmara desde 1947, ex-prefeitos eleitos a partir de 1993 e vereadores e ex-vereadores mais votados, além dos onze indicados por cada vereadores, em que figuram nomes de expressão nas artes, na política, na produção rural, por exemplo. É uma forma, diz ela, de dar destaque e agradecer a estas pessoas que, cada um em sua área de atuação, levaram Bagé para outros rincões e para o mundo.

Por outro lado, Jussara fez questão de se manifestar, enquanto presidente da Comissão de Educação, sobre a greve dos técnicos administrativos da Unipampa, que, por meio do comando local de greve, manifestaram-se pedindo o apoio do Legislativo junto ao governo Federal e ao Congresso Nacional.

Dentre as reivindicações, pedem reajuste salarial, piso de três salários mínimos, racionalização de cargos, reposicionamento de aposentados, isonomia salarial e de benefícios, dentre outras coisas. A vereadora, assim como a comissão, colocou-se a disposição dos grevistas para articular moções de apoio regional.

Ao final de sua fala, comentou ter participado, representando o vereador Silvio Machado, presidente da Casa, do evento Arte na Vitrine, que completou 19 anos em 2011. Parceria de empresários com artistas locais, “transforma a Avenida Sete de Setembro em uma galeria de arte”, diz a vereadora. Ao todo, são cem artistas e comerciantes que se juntam para tornar a cidade mais atrativa do ponto de vista cultura. Também parabenizou a artista Norma Vasconcellos, idealizadora do Arte na Vitrine.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Bajeenses entregam documento a secretário de Cultura do RS e pedem apoio na preservação do patrimônio cultural da cidade


A vereadora Jussara Carpes e um grupo de pessoas ligadas à cultura em Bagé entregaram em reunião sexta-feira, ao secretário da Cultura do RS, Luiz Antônio Assis Brasil, documento intitulado Carta Aberta da Sociedade Civil Bajeense. Pedem o apoio do governo do Estado na preservação do patrimônio edificado de Bagé, o desenvolvimento dos potencias culturais e turísticos da região do Alto Camaquã, bem como da manutenção da cultura, da identidade, da diversidade e do imaginário locais. Da tribuna da Câmara, na sessão de hoje (04), Jussara leu alguns trechos da carta. Dentre vários assuntos, ela aborda a promoção do desenvolvimento das cidades sem a destruição do patrimônio. O grupo que elaborou o documento expressa a preocupação da sociedade com a preservação dos traços arquitetônicos, históricos e culturais da cidade. Também solicita asseverar a criação de políticas amplas, profundas e decisivas para manter e respeitar o patrimônio edificado de Bagé – “parte essencial da cultura, da identidade e dos espírito local”.

Alem disso, a vereadora também se manifestou, como tem feito regularmente, sobre a importância da TV Câmara. “Instrumento fundamental para o processo democrático, de transparência e de informação para toda a população de Bagé”, diz ela. Jussara aproveitou o espaço da tribuna para falar do PT, seu partido. Disse querer que o partido seja sempre o mais democrático possível, uma instância de discussão e aprofundamento das questões não só partidárias como de políticas públicas que atentem às necessidades e tragam melhor qualidade de vida à população.