terça-feira, 1 de setembro de 2009

Audiência Pública debateu a realidade dos portadores de DST/AIDS em Bagé e região

Audiência Pública contou com a representatividade de vários municípios da região
Representantes de cinco municípios da região – Caçapava do Sul, Lavras do Sul, Dom Pedrito Porto Alegre e Bagé - participaram na manhã de ontem, dia 1º de setembro, na Câmara de Vereadores de Bagé, de Audiência Pública Regional que debateu a situação dos portadores de DST/AIDS em Bagé e região. Esta audiência pública foi uma proposição da Comissão de Educação, Cultura e Direitos Humanos, composta pelas vereadoras Jussara Carpes, Adriana Lara e Sonia Leite. A mesa dos trabalhos teve como integrantes o coordenador da 7ª Coordenadoria Regional de Saúde, Volmir Silveira, a coordenadora de Ações de Saúde para HIV e AIDS, Tânia Figueiro, a vereadora Adriana Lara, a coordenadora do Serviço de Atenção Integral à Sexualidade (SAIS), Terezinha Ricaldone, o presidente da ONG Reluvida, Bertoldo Soares, o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Ivar Tadeu Mattos e a secretária de Saúde de Lavras do Sul, Luiza Helena Gonçalves. Cerca de 50 pessoas participaram deste evento, entre elas o presidente da Câmara de Vereadores, Silvio Machado, o coordenador de Direitos Humanos de Bagé, Marcio Garcia, integrantes da ONG Reluvida, médicos e representantes de secretárias de saúde e assistência social de municípios da região.
Tânia Figueiro, em sua explanação, relatou um pouco do contexto realizado pela coordenadoria que atua. Tânia informou que existem 18 mil casos de portadores do Vírus HIV e AIDS no Rio grande do Sul e 2,5 mil novos casos por ano. Ela também relatou que 50% dos casos desta doença estão concentrados em Porto Alegre, 25% na Região Metropolitana e 25 % no interior do Estado. Segundo Tânia, a maioria dos novos casos está relacionada com pessoas acima de 40 anos de idade, pois os jovens já nasceram na era da AIDS e estas não. Devido a isto, as pessoas mais velhas não possuem o habito de usar preservativo durante relações sexuais. Terezinha Ricaldone relatou um pouco das atividades do SAIS e as dificuldades encontradas neste trabalho. Ela informou que Bagé atualmente possui 103 pacientes usando medicação e que os portadores do Vírus HIV e AIDS que não se medicam ou não sabem que estão infectados com a doença é 10 vezes superior a este número. Ricaldone também reconheceu os avanços na coleta de exames e em outros aspectos. Bertoldo relatou o apoio que a ONG esta tendo nos últimos tempos. “Mais de 10 anos que viemos nesta luta e há algum tempo estamos tendo apoio”, comemorou. Soares apontou como problemas enfrentados pelos portadores de DST/AIDS em Bagé e região a falta de passe livre para transporte coletivo, casas de apoio, leito para portadores e de qualificação para os médicos que tratam destes pacientes. Ivar Tadeu Mattos comemorou a discussão deste tema estar sendo feita de uma forma regionalizada. “Fico feliz com esta regionalização de hoje”, referindo-se a um sonho seu que é o de regionalizar as discussões que circundam este tema. Já a secretária de saúde de Lavras do Sul, Luiza Helena Gonçalves, questionou a forma como é feita à prevenção. “É o que nos preocupa muito”, desabafou a secretária. Luiza disse que se sentiu muito honrada de ter sido convidada para participar desta audiência pública e se colocou a disposição de colaborar com o tema. “Nós também estamos dispostos em entrar nesta luta”, afirmou.

O problema deve ser enfrentado pelas cidades

Jussara disse que este problema deve ser enfrentado em todas as cidades. “É uma questão de educação. Nós temos que educar e reeducar nossa população”, pensa a vereadora. Esta vereadora parabenizou Bertoldo pelo seu trabalho o legislativo bageense pela realização desta audiência pública e declarou considerar de extrema importância uma troca de experiências feita pelas cidades da região sobre esta problemática. A vereadora Adriana Lara disse que a sociedade deve ”trazer para o debate público os problemas que os portadores passam no seu cotidiano”. Já a vereadora Sonia Leite elogiou o trabalho e o caráter humano de Bertoldo Soares. No final da atividade, Jussara propôs que se crie uma comissão com os profissionais que trabalham com DST/AIDS nas secretarias de Saúde, Assistência Social e Educação dos municípios da região para que, periodicamente, se discuta de uma forma ampla este tema. Logo após, a palavra foi aberta ao público. Esta audiência, que iniciou às 10h, teve às 12h o seu término.

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