“O mundo está numa cultura de morte e temos de lutar contra isso”. A frase forte, porém verdadeira, proferida por Elvira Nascimento, do ECOARTE, marcou hoje (03), na Câmara de Vereadores, uma das atividades da Semana do Meio Ambiente.
Convidada pelo vereador Silvio Machado, proponente da atividade conduzida pela presidente em exercício, vereadora Jussara Carpes, a palestrante Jaciara Machado, da EcoCâmara, da Câmara dos Deputados, disse que as parcerias e o trabalho conjunto são fundamentais para que as ações que tentam diminuir os impactos ambientais tenha resultado prático.
“Precisamos fazer com que as pessoas se sensibilizem para o tema do meio ambiente. Por isso, queremos tocar na alma das pessoas, através de estudos, da tecnologia”.
O lado prático-romântico também teve seu espaço. Apaixonada pelo meio ambiente, Elvira Nascimento, mais conhecida como Mercinha, deixou seu relato poético e contundente de quem conhece o tema. Propôs estreitar e entender as relações de interdependência entre a terra e os seres que nela vivem. “É um amanhecer interligado, relacional entre nós.
Trabalhar os diálogos, as parcerias”, disse ela, que sempre traz no semblante um misto de emoção e amor quando fala da vida, da natureza, das pessoas. Mercinha, no entanto, não perdeu a oportunidade de tocar no assunto Biomapampa. Depois de ele ter sido “mortalmente agredido”, afirma, ainda sim percebe-se uma espécie de “silêncio visual”.
Integrante e umas das fundadoras do ECOARTE, há 23 anos, aproveitou pra levantar outra questão polêmica na região, a usina de Candiota. Na opinião dela, todo esse processo de energia gera, sem dúvida, danos à saúde da humanidade, ou seja, atinge todos os seres vivos.
A mesma visão, porém, também é compartilhada pelo vereador Gustavo Moraes. O vereador disse acreditar que a falta de chuvas em Bagé e região é decorrente da poluição produzida pela Usina de Candiota.
A coordenadora do curso de biologia da Urcamp, Ana Lúcia Leão, atentou para possibilidade de instalação, em breve, de usinas termo-eletricas na região das Palmas, por onde passa o Rio Camaquã. “Devemos discutir esse tema, levar ao conhecimento da população para ela opinar e ficar a par da situação”.
A vereadora Jussara Carpes, no entanto, disse que o poder legislativo está aberto para debater estes e outros assuntos que dizem respeito à cidade. “Esta Casa (Câmara), tenho certeza, está contribuindo e fazendo o seu papel enquanto proponente de temas, como o meio ambiente, por exemplo, tão importantes no dia a dia da população”.
Lembrou do caso do IBAMA, cuja Câmara já conta com comissão permanente pra discutir o possível fechamento dos escritórios regionais em Bagé, Rio Grande e Santa Maria. “Estamos amplamente debatendo esses assuntos, ouvindo pessoas, trazendo a população pra dentro das discussões que ocorrem dentro da Câmara. Fazermos um pouco melhor para nossa cidade e isso repercute no nosso mundo”, concluiu a vereadora.
Também participaram o delegado Sezefredo Lopes, o chefe de gabinete da Secretaria do Meio Ambiente, Diego Fonseca, o diretor local da CEEE, Mirabeau Borba dos Santos, dentre outras pessoas que prestigiaram a atividade.
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