quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Tradição, cantos e um colorido todo especial marcar a Sessão Solene em Comemoração ao Dia Municipal da Religião Umbanda


Jussara pontuou a importância da Umbanda no Brasil e no mundo

Vários centros de Umbanda prestigiaram a Sessão Solene em Comemoração ao Dia Municipal da Religião Umbanda, ocorrida segunda-feira, dia 16 de novembro, a partir das 19h30min, na Câmara de Vereadores de Bagé e que foi uma proposição da vereadora Jussara Carpes. Vestidos a caráter, com seus atabaques e suas moringas, os umbandistas embelezaram ainda mais o Legislativo bageense, pois este já estava belo. Decorado com panos nas cores verde e branco, com atabaques, moringas, miçangas, santos, entre outros símbolos representativos desta belíssima religião oriunda do continente africano, a Câmara recebeu cerca de 200 pessoas que prestigiaram o evento.
Antes de começar a sessão, a Sociedade Espírita Cavalheiros de Ogum Fraternidade São Judas Tadeu cantou alguns pontos em frente ao Legislativo da Rainha da Fronteira. Pontos equivalem a uma reza cantada. A mesa que conduziu as atividades foi composta pelo presidente da Câmara de Vereadores, Silvio Machado, pela vereadora proponente desta Sessão Solene, Jussara Carpes, pelo proponente da lei que instituiu o dia 15 de novembro como Dia Municipal da Religião Umbanda, o ex-vereador José Carlos Ferreira, mais conhecido por Caio, o presidente da Associação Espiritualista e Umbandista de Bagé (AEUB) Carlos Alberto da Silva, pelo presidente da Sociedade Espírita Cavalheiros de Ogum Fraternidade São Judas Tadeu, Hélio Chaves Pereira, pelo diretor de Cultura da AEUB, Veraldo Souza e pelo coordenador de Direitos Humanos de Bagé, Marcio Garcia. Entre uma explanação e outra, feita pelos integrantes da mesa, um grupo formado por dois centros de Bagé cantou um ponto referente a um santo. Quando isso acontecia, todos os presentes levantavam-se e acompanhavam a reza batendo palmas.
Em sua explanação, Jussara realizou um breve resgate histórico da Umbanda, ressaltando as dificuldades sofridas pelos integrantes desta religião e a importância desta em nosso país. “Presente atualmente em 12 países, a Umbanda possui milhões de adeptos em todo o mundo, principalmente no Brasil, onde surgiu. A Umbanda continua se expandindo. Infelizmente, o preconceito e a intolerância religiosa de alguns setores ainda existem em relação a essas comunidades, o que contribui para que esses números tão expressivos não sejam observados facilmente nas ruas, porque grande número de umbandistas não se identifica como tal, pelo temor da animosidade vivida no passado”, pensa a parlamentar.
Carlos Alberto aprovou a iniciativa da vereadora Jussara Carpes. “Eu acho que é salutar e serve para engrandecer e demonstrar a força que tem a Umbanda. Até por que é no legislativo que são feitas as leis e estas tem reflexo direto na vida das pessoas. Deixamos o agradecimento desde já para a vereadora Jussara. Nós nos sentimos honrados por um representante do legislativo, embora não praticante da Umbanda, demonstrar interesse pela religião”, reconheceu o presidente.
Caio ressaltou a importância desta data. “Este dia não pode cair no esquecimento. Deve ser cultuado todos os dias”, ressaltou o ex-vereador. Veraldo disse que é preciso elevar a Umbanda, para que ela conquiste o respeito que lhe é devido. Falou também da discriminação sofrida por esta religião, inclusive por parte de outras religiões. O diretor de Cultura da AEUB reafirmou que a Umbanda não é uma seita, pois se fosse, segundo ele, não teria tanto tempo de vida e ressaltou que Bagé foi à primeira cidade do país a instituir uma data comemorativa para esta religião e o Rio Grande do Sul foi o primeiro Estado do Brasil a realizar tal ato. Hélio fez um resgate histórico sobre a pratica da Umbanda em Bagé desde o ano de 1958 e relatou as dificuldades sofridas pelos umbandistas, dificuldades estas que se intensificaram com a ditadura militar. “A Umbanda de ontem foi muito sofrida. Não era por vergonha, era por medo”, desabafou.

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